Só podemos dar aquilo que temos.....
Só podemos dar aquilo que temos.....
É mais que verdadeira essa frase. Em termos de amor, só podemos dar aquilo que temos.
De fato, isso serve para a vida. Por exemplo, se somos professores ensinamos o que sabemos. Paramos por aí? Não. Podemos querer mais e então nos especializamos, estudamos, fazemos de tudo para melhorar. E então galgamos novas posições. Profissionalizamos-nos. Fazemos da nossa vida o sonho.
Nas relações não deveria ser diferente. A única forma de aprendermos a nos relacionar é mesmo nos relacionando. Testando nossos limites, fazendo o que sabemos e o que não sabemos. Você, por exemplo, deve conhecer inúmeras pessoas que só o que sabem fazer é dizer sim, não exercitam o NÃO – o limite. Não exercitam se conhecer.
O foco não é para dentro. O foco está fora, no outro… E então, não há aprendizado. Não há crescimento ou evolução no lado emocional… Dizem sim para o que podem, o que têm e o que não têm. E depois – bem depois – cobram o outro, a si mesmas, o mundo por terem dado demais, por não terem recebido de volta, por não entenderem por quê o outro não corresponde. São, nesse sentido, infantis, agem como crianças, irresponsáveis…
Então, vamos ver o que acontece. Você acabou de conhecer um DEUS na terra. Sabe que ele não é assim tão divino – mas ok! Faz vista grossa e começa a sedução no caso das mulheres ou a conquista propriamente dita no caso dos homens. Recapitulando – racionalmente – você até consegue entender que, bom, não era mesmo o DEUS ou a DEUSA, mas segue em frente fazendo o seu melhor – quer dizer, o impossível.
Desdobra-se, abre mão dos seus compromissos, busca incansavelmente maneiras e formas de estar com o outro, demonstrar seu amor (?), sua disponibilidade… E daí – BOMBA! O outro não responde a seus apelos e declarações. Ou melhor, está muito distante de assumir, quer dizer, entrar no seu ritmo, na sua história, no seu modo de amar irreal. Ele tem o ritmo dele. Os problemas dele. A vida dele… Ou seja – uma disponibilidade mais que limitada, quando se trata de você, do seu tempo, da sua loucura, que – pasme – você insiste em chamar de amor.
Migalhas
Enfim, o tempo passa, a relação não acontece – pelo menos como você previa. Você se desgasta. O outro pousa com aquele ar de NÃO TO NEM AÍ e, sem mais nem porque, você está ferido, ressentido e até quem sabe – com a AUTO-ESTIMA ARRANHADA. E por quê? Por quase nada. Acostumou-se a receber migalhas e confunde isso com estar envolvido. Acha que isso pode ser amor não correspondido – que não tem sorte – que é a vítima, etc, etc… Tudo por não conseguir evoluir emocionalmente e distinguir o que é legal do que não é legal.
Essa noite, conversando com uma amiga, ela me dizia o seguinte. Dentro de um casamento feliz de mais de 15 anos – filhos, um marido exemplar, etc, etc – ela possuía uma regra nas épocas de namoro. O que mais valorizava num companheiro, dizia ela, não eram atributos como beleza, força, dinheiro – aparência e status de um modo geral… “Tudo isso passa. O que fica mesmo é a educação, a gentileza, o respeito. A elegância desse outro ser. Esses são valores que se enquadram nos meus e é tudo o que eu quero para minha vida, é minha escolha.”
Medos
Com esse filtro básico, ela conseguiu o que muitos de nós levará anos e anos para descobrir… Uma relação saudável pautada na decisão diária pelo amor, pelo vínculo, pelo companheirismo e pela vida a dois. Difícil, embora pareça fácil, essa escolha demanda abrir mão de muitos medos, do compreender que cada um dá o tipo de amor que tem e pode.
Necessita libertar-se da idéia fixa e obsessiva de querer transformar o outro, o mundo, demanda abrir mão do ego, da vaidade, da onipotência de querer o que não se tem. Entrar numa relação com a intenção de trazer o outro para o jogo não funciona!
As pessoas podem até mudar – mas não por nós. Podem e vão, se quiserem ou puderem, e é praticamente inviável ter sucesso em qualquer relação com essa base. Por isso, fica aqui mais um convite: antes de se apaixonar pela relação, pela possibilidade, pelo outro, apaixone-se por você. Aprenda mais com seus limites, com o que quer e não quer. Aprenda a dizer NÃO. As escolhas serão cada vez mais sensatas.
Por Sandra Maia . 16.02.10 - 13h43
É mais que verdadeira essa frase. Em termos de amor, só podemos dar aquilo que temos.
De fato, isso serve para a vida. Por exemplo, se somos professores ensinamos o que sabemos. Paramos por aí? Não. Podemos querer mais e então nos especializamos, estudamos, fazemos de tudo para melhorar. E então galgamos novas posições. Profissionalizamos-nos. Fazemos da nossa vida o sonho.
Nas relações não deveria ser diferente. A única forma de aprendermos a nos relacionar é mesmo nos relacionando. Testando nossos limites, fazendo o que sabemos e o que não sabemos. Você, por exemplo, deve conhecer inúmeras pessoas que só o que sabem fazer é dizer sim, não exercitam o NÃO – o limite. Não exercitam se conhecer.
O foco não é para dentro. O foco está fora, no outro… E então, não há aprendizado. Não há crescimento ou evolução no lado emocional… Dizem sim para o que podem, o que têm e o que não têm. E depois – bem depois – cobram o outro, a si mesmas, o mundo por terem dado demais, por não terem recebido de volta, por não entenderem por quê o outro não corresponde. São, nesse sentido, infantis, agem como crianças, irresponsáveis…
Então, vamos ver o que acontece. Você acabou de conhecer um DEUS na terra. Sabe que ele não é assim tão divino – mas ok! Faz vista grossa e começa a sedução no caso das mulheres ou a conquista propriamente dita no caso dos homens. Recapitulando – racionalmente – você até consegue entender que, bom, não era mesmo o DEUS ou a DEUSA, mas segue em frente fazendo o seu melhor – quer dizer, o impossível.
Desdobra-se, abre mão dos seus compromissos, busca incansavelmente maneiras e formas de estar com o outro, demonstrar seu amor (?), sua disponibilidade… E daí – BOMBA! O outro não responde a seus apelos e declarações. Ou melhor, está muito distante de assumir, quer dizer, entrar no seu ritmo, na sua história, no seu modo de amar irreal. Ele tem o ritmo dele. Os problemas dele. A vida dele… Ou seja – uma disponibilidade mais que limitada, quando se trata de você, do seu tempo, da sua loucura, que – pasme – você insiste em chamar de amor.
Migalhas
Enfim, o tempo passa, a relação não acontece – pelo menos como você previa. Você se desgasta. O outro pousa com aquele ar de NÃO TO NEM AÍ e, sem mais nem porque, você está ferido, ressentido e até quem sabe – com a AUTO-ESTIMA ARRANHADA. E por quê? Por quase nada. Acostumou-se a receber migalhas e confunde isso com estar envolvido. Acha que isso pode ser amor não correspondido – que não tem sorte – que é a vítima, etc, etc… Tudo por não conseguir evoluir emocionalmente e distinguir o que é legal do que não é legal.
Essa noite, conversando com uma amiga, ela me dizia o seguinte. Dentro de um casamento feliz de mais de 15 anos – filhos, um marido exemplar, etc, etc – ela possuía uma regra nas épocas de namoro. O que mais valorizava num companheiro, dizia ela, não eram atributos como beleza, força, dinheiro – aparência e status de um modo geral… “Tudo isso passa. O que fica mesmo é a educação, a gentileza, o respeito. A elegância desse outro ser. Esses são valores que se enquadram nos meus e é tudo o que eu quero para minha vida, é minha escolha.”
Medos
Com esse filtro básico, ela conseguiu o que muitos de nós levará anos e anos para descobrir… Uma relação saudável pautada na decisão diária pelo amor, pelo vínculo, pelo companheirismo e pela vida a dois. Difícil, embora pareça fácil, essa escolha demanda abrir mão de muitos medos, do compreender que cada um dá o tipo de amor que tem e pode.
Necessita libertar-se da idéia fixa e obsessiva de querer transformar o outro, o mundo, demanda abrir mão do ego, da vaidade, da onipotência de querer o que não se tem. Entrar numa relação com a intenção de trazer o outro para o jogo não funciona!
As pessoas podem até mudar – mas não por nós. Podem e vão, se quiserem ou puderem, e é praticamente inviável ter sucesso em qualquer relação com essa base. Por isso, fica aqui mais um convite: antes de se apaixonar pela relação, pela possibilidade, pelo outro, apaixone-se por você. Aprenda mais com seus limites, com o que quer e não quer. Aprenda a dizer NÃO. As escolhas serão cada vez mais sensatas.
Por Sandra Maia . 16.02.10 - 13h43
Comentários